quarta-feira, 6 de julho de 2011

Transporte Público de Blumenau

Tentei postar no facebook, mas tinha muitos caracteres. Restou-me o blog.

Hoje dei graças a Deus por não depender sempre de ônibus. Gostaria de entender o porquê de a Seterb e o Consorcio Siga quererem aumentar ainda mais a passagem, visto que a cada dia os ônibus de Blumenau estão mais detonados. Fora que os corredores de ônibus fazem os motoristas andarem acima da velocidade permitida, colocando em risco os passageiros quando dão uma freada.

Por volta das 14h25min, peguei o ônibus conhecido como “10”, Garcia – Aterro (carro com o número 1110) na Beira Rio, e ele estava todo vomitado. Além de nojento, isto é uma tremenda falta de respeito com os cidadãos que dependem do transporte público para se locomover. Pelo preço que se paga pelas passagens de ônibus nesta cidade, o mínimo que eles têm de oferecer é qualidade e higiene.

Tenho pena das pessoas que dependem do nosso precário transporte público, principalmente mais de uma vez por dia e em horários de pico.

(Arrependo-me de não ter tirado uma foto)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Fé de menos


"Recebi um email de um ouvinte dos EUA, o Boris Kortiak, com um comentário interessante:

“Sempre que visito o Brasil vejo uma terra com enormes oportunidades, mas quando falo com as pessoas ouço apenas sobre os enormes problemas. Algumas vezes falamos sobre a mesma coisa, mas vista sob perspectivas diferentes. Como é possível que duas pessoas, olhando para a mesma coisa, vejam de forma tão diferente? O que acontece com os brasileiros para que olhem apenas o negativo e achem que as coisas são imutáveis, enquanto um estadunidense ou inglês veja as mesmas coisas como obstáculos a serem vencidos? Por que a maioria só vê uma imagem sombria do Brasil? Talvez não seja o ritmo constante de negatividade da mídia que ajuda a desmoralizar a população, mas a falta de fé na existência de soluções.”

“Falta de fé na existência de soluções”... suspeito que essa falta de fé não é causa, é conseqüência. Vejamos.

Se examinarmos a história do Brasil nos últimos quarenta anos veremos a sucessão de frustrações que nos levaram a essa falta de fé. No final do regime militar milhares de pessoas vão às ruas pelo Diretas Já, que o Congresso não aprova. Algum tempo depois conseguimos, de forma indireta, eleger um presidente civil: Tancredo Neves. Que morre antes de tomar posse. Seu substituto, Sarney, chega com um plano redentor, o Cruzado. E leva o Brasil ao maior período recessivo da história. Vem as eleições diretas e elegemos um jovem, Fernando Collor de Mello. Sua primeira ação é confiscar o dinheiro de todo mundo. E temos o primeiro impeachment da história. O sucessor, Itamar Franco, começa o governo relançando o Fusca, mas termina abrindo caminho para o Plano Real que finalmente coloca o Brasil nos eixos. FHC faz um ótimo primeiro mandato, mas o segundo termina em meio a acusações de “privataria”, compra de votos, etc. Frustrante. Vem Lula, com seu discurso pela ética. E oito anos de lambança. Nesses 40 anos a educação continuou em deterioração, a saúde é um escândalo, a violência é crescente, o trânsito torna-se caótico, a corrupção torna-se endêmica, os impostos crescem sem parar, a infraestrutura é uma piada, as enchentes de janeiro continuam matando, a seca do Nordeste idem, a Justiça não funciona... Ufa!

Mas é claro que também experimentamos melhorias. Somos um país em franco crescimento, temos o povo mais otimista do planeta, melhoramos a distribuição de renda, tirando milhões da miséria e temos ilhas de excelência. Mas os problemas básicos continuam sem solução, passando de geração para geração.

Não é natural que – após 40 anos - a conseqüência seja a tal “falta de fé na existência das soluções”?
É. Mas tenho uma visão diferente. Acredito que sabemos dos problemas e conhecemos as soluções. O que não temos é fé em nossa capacidade de implementar as soluções. Depois de 40 anos prometendo e não cumprindo, somos uma sociedade desconfiada, onde cada vez menos gente acredita nas instituições, nas leis ou nos outros. Daí a visão sombria e negativa.

Numa sociedade baseada na desconfiança, todo mundo é culpado.

Inclusive você!"

(Luciano Pires)