terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ler deveria ser proibido

Por Guiomar de Grammon

A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido.

Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madame Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.

Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.

Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?

Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem, necessariamente, ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.

Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.

Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, pode levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, pode estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.

Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verosimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.

O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?

É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metros, ou no silêncio da alcova. Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um.
Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos.

Para obedecer não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submissão. Para executar ordens, a palavra é inútil.

Além disso, a leitura promove a comunicação de dores e alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.

Ler pode tornar o homem perigosamente humano.

domingo, 11 de novembro de 2012

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Carrapatos e Catapultas no Cartoon


Para o Carnaval, o Cartoon Network e o Discovery Kids planejaram novidades em sua programação. As crianças poderão ver estreias e especiais em ambos os canais desde a próxima sexta-feira (dia 17) até a terça-feira da semana que vem (dia 21).

Quem começa a festa, na sexta-feira, é o Discovery. Diariamente, das 12h às 13h, atrações como "Gaspard e Lisa" e "Franklin" terão a dança como pano de fundo de suas peripécias. Estão programados ainda episódios de "Mecanimais" (no dia 20), em que a equipe tentará resolver um mistério envolvendo personagens que pararam de dançar, e de "O Gatola da Cartola Tem de Tudo na Cachola" (no dia 21), no qual o gato irá ajudar os amigos a ensaiar para uma apresentação.

Já o Cartoon terá uma programação especial durante esse período, a partir das 8h até as 18h. O sábado de Carnaval vai marcar a estreia de uma aventura inédita da "Turma da Mônica", às 9h, e também de duas novas séries animadas, às 10h. Enquanto "Tromba Trem" apresenta três animais que viajam de trem pela América Latina, "Carrapatos e Catapultas" trará seres de outra galáxia com a obsessão de morar no Mundo dos Carrapatos Fantasmas.

No mesmo dia, às 11h, o curta "Johnny Bravo vai para Bollywood", irá mostrar o conhecido personagem tentando se dar bem na Índia. Além disso, desenhos conhecidos da garotada como 'Hora da Aventura" e "O show dos Looney Tunes" também estão certos na grade do Cartoon.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Resenha: Precisamos falar sobre o Kevin

No último final de semana eu assiti em um comercial do Tele Cine o trailler do filme Precisamos Falar sobre o Kevin. Antes mesmo de aparecer o nome, comentei com meu namorado “parece precisamos falar sobre Kevin... É! Tenho certeza que é. Que lindo! Preciso ver!”.




Na verdade meu entusiamo foi maior, pois já li o livro.



O livro é narrado por Lionel Shriver e ela conta a história Eva, mãe de Kevin e dele, desde um pouco antes do seu nascimento, até depois de ele estar preso. Passando por tudo, desde que o casal de apaixona, quando ele diz que quer ter filhos, mas ela rejeita, até que a gravidez acontece.

Lionel tem de conviver com o estranho comportamento do filho por vários anos, sem saber “o que se passa com ele”. Um menino entediado e extremamente cruel que adorava aterrorizar vizinhos e babás. Até que um dia, aos 15 anos, Kevin mata 11 pessoas, entre colegas da escola e seus familiares.

Enquanto ele cumpre pena, sua mãe ainda tenta entender o que aconteceu de errado com o filho, e principalmente se sente culpada. Tenta seguir a vida normalmente, apesar dos olhares tortos na rua e fugindo do escândalo. Mesmo sendo difícil, Eva visita Kevin a cada 15 dias.

Foi através de Lionel que Eva resolve contar tudo (literalmente) que aconteceu, tanto no dia do massacre, quanto na sua vida e na de Kevin.

Em 2005 o romance recebeu o Prêmio Orange e a interpretação de Tilda Swinton (vive Eva no filme) rendeu a ela a indicação ao Globo de Ouro e ao Befta de melhor atriz.

Pelo trailler o filme parece seguir fielmente o livro e quero muito assistir!

O Globo
"Um livro obrigatório por inúmeras razões; uma bofetada a cada página. Nunca gostei de apanhar, mas esse livro me nocauteou e ainda terminei dizendo quero mais."

The New York Times
"Utilizar acontecimentos das primeiras páginas sempre foi um desafio para os ficcionistas. A culpada Eva Khatchadourian escava sua própria história, a de seu filho e a da nação em busca dos responsáveis. Sua sinceridade e impetuosidade sustentam a narrativa. É um romance impressionante."

The Guardian
"Surpreendente... um livro sobre a perigosa distância que existe entre o que sentimos e o que estamos de fato preparados para admitir em relação à vida em família. A sátira de Shriver sobre famílias centradas em crianças e capitaneadas por adultos bufões cuja vida intelectual, para não citar a vida erótica, está em pedaços não poderia ser mais oportuna."

Ajude a manter nosso blog comprando pelo nosso link afiliado da Amazon:

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Astros quadro a quadro

Em coleção de quadrinhos dedicada a estrelas do rock, as vidas de John Lennon e Michael Jackson ganham molduras em trabalhos de autores argentinos.

Chegaram ao Brasil, pelo selo Vergara & Riba Editoras, as graphic novels John Lennon: Um Tiro na Porta de Casa, de Pablo Maiztegui, o Pol; e Michael Jackson: Um Thriller em Preto e Branco, escrita por Diego Agrimbau e desenhada por Horacio Lalia.

A Eterna amizade entre acordes musicais e rabiscos das histórias em quadrinhos.
Preços:
John Lennon: Um Tiro na Porta de Casa - De Pablo Maiztegui, tradução de Sandra Martha Dolinsky, Vergara e Riba Editoras, 64 páginas, R$ 34,90.
 

Michael Jackson: Um Thriller em Preto e Branco - De Diego Agrimbau e Horacio Lalia, tradução de Sandra Martha Dolinsky, Vergara & Riba Editoras, 64 páginas, R$ 34,90

Para saber mais, clique aqui.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Iluminação caseira portátil

Hoje eu e meu namorado fizemos uma iluminação caseira, para simular um estúdio em casa. Ele deu a ideia de fotografar e postar no blog, e isso que fizemos.

Você vai precisar de:

  • Uma caixa de papelão compridinha;

  • Um bocal;

  • Uma fita isolante;

  • Uma lâmpada;

  • 2 a 3 metros de fio (nós fizemos com 3m);

  • Papel alumínio;

  • Lençol

  • Cola;

  • Estilete e tesoura;

  • Grampedor;

  • Chave de fenda e alicate.


A caixa tem que ficar como na foto.

Passe a cola na parte interna da caixa  e forre com papel alumínio.

Ficará assim: 

Com o auxílio da tesoura, pegue uma ponta do fio e coloque no bocal. Se preciso pode prender o fio na base com a fita isolante. Nesse bocal não foi preciso a segunda parte.


Na outra ponta do fio, com o auxílio da fache de fenda, tesoura e alicate, prenda o pino de tomada.


Com o estilete faça um buraco no canto da caixa para colocar o bocal.

Eu não bati nenhuma foto com a lâmpada apagada, mas acho que da para ver certinho como tem que ficar.


E por último, com o grampeador, você terá que grampear o lençol em cima da caixa.


E com ele você conseguirá uma luz parecida com essa, dependendo de como usar :)


Espero que tenha sido útil :)